Durante os últimos 8 anos acostumamos-nos a ouvir e assistir os pronunciamentos irados de Heloísa Helena, senadora por Alagoas, na tribuna do Senado e em suas entrevistas aos meios de comunicação. Suas posições sempre foram consideradas extremas, de esquerda ideologicamente falando. Tão renitentes e incovenientes eram para o Partido do Governo Federal (PT) que ela e alguns 'companheiros' foram expulsos pelo Partido que se dizia 'democrático'.
Hora, não se faz aqui qualquer observação sobre o comportamento de Heloísa Helena, mas quanto ao discurso do Partido dos Trabalhadores. Perceba-se a lógica: Heloísa Helena foi expulsa porque era de esquerda, entretanto ao tomar votos de Lula, conforme pesquisas eleitorais indicam, a mesma passou a ser a Inimiga Número 1 do Partido. Resultado: tornou-se por força das palavras no antônimo do que é: Udenista.
Essas súbitas sublimações nominativas a que o PT está acostumado a titular causam confusão nos expectadores mais descuidados ou inexperientes. Se HH era de Esquerda até o início da Camapanha Presidencial de 2006, como duma hora a outra passou a ser Udenista?
Pois está demonstrado pela própria existência que a UDN foi um Partido visceralmente anti-comunista e anti-socialista. Como apelidar HH de Udenista? Como?
O PT se esforça muito para ainda guardar sua áurea de Pureza, de Senhor da Fé das Massas. Heloísa cumpre, ao responder Tarso Genro, um papel digno a sua pessoa: combater a nomeação-leprósea a que o PT submete seus adversários.
Quando o PT diz que alguém é A sendo o partido B ele diz: "Vejam ela é A! Isso é horrível!" Mas se de repente esse "A" for interessante ao Partido, imediatamente os sacerdotes sublimam o discurso: "B é uma ótima opção!".
Felicidades do MiniVer petista não ser eficiente. Felizes são aqueles que são livres para pensar. Felizes são aqueles que já perceberam que o domínio petista não está em sua exaltada competência-fictíca, mas na novilíngua. Na sua língua-camaleônica que assume o discurso que mais convém ao momento.
Liberal da UFC